Soldado de israel mira um civil palestino
Quando o soldado de Israel dispara contra a cabeça do garoto palestino, a bala que vai matar a criança faz parte de um estoque de 600 bilhões de dólares que a indústria bélica faturou nas duas últimas décadas com a venda de armas para o Oriente Médio.
Portanto, se alguém realmente quer acabar com a violência, antes de tudo precisa acabar com a indústria bélica. Mas, acabando com a indústria bélica, acaba-se também com o narcotráfico, já que um vive umbilicalmente ligado ao outro. E aí é que surge o problema, pois, estimativas dos organismos internacionais informam que o narcotráfico movimenta por ano mais de um trilhão de dólares, como produto ou através de empresas legalmente constituídas.
A pergunta que fica é se existe força suficiente para acabar com uma indústria que movimenta um trilhão de dólares por ano. E quanto à indústria bélica, cujo faturamento anual já superou em muito o trilhão de dólares, o problema que se coloca é outro.
Ao acabar com a indústria bélica, acaba-se com as forças armadas, cuja finalidade, aprende-se nos bancos escolares, seria defender as fronteiras. Mas nessa época de globalização é possível falar-se em fronteiras?
Num sistema neoliberal, onde tudo é negociável, como fica a soberania?
Por isso, quando a indignação toma conta da humanidade diante dos massacres infindáveis que as forças invasoras estadunidenses e israelenses perpetram contra palestinos, iraquianos, afegãos, ou mesmo quando a Anistia Internacional menciona crimes contra a humanidade praticados pelo Estado sionista, ou ainda, quando uma Corte Suprema como a de Israel endossa e alega razões de Estado para a prática de torturas, não basta a indignação. É preciso agir.
A humanidade precisa decidir se apóia o narcotráfico e a indústria bélica ou prefere viver num mundo melhor.
Como se vê, é uma questão de escolha.
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