Em vez dum artigo, desta vez uma pergunta.
O Papa está no Brasil, visita uma favela e assim fala:
Gostaria de apelar para aqueles que têm mais recursos, para as autoridades públicas e para todos os homens de boa vontade, comprometidos com a justiça social que não se cansam de trabalhar para uma sociedade mais justa e mais unida. Ninguém pode ficar indiferente às desigualdades que ainda existem no mundo. Cada um, de acordo com as suas possibilidades e responsabilidades, pode oferecer a sua contribuição para pôr fim a muitas injustiças sociais. Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que muitas vezes governa a nossa sociedade, que constrói e leva até uma mais habitável, mas a cultura da solidariedade.
Tudo muito bonito, sem dúvida, palavras que é difícil não partilhar.
Mas algo não bate certo. Porque entre aqueles que "têm mais recursos" há também a Igreja de Roma.
Todos sabemos das imensas riquezas do Vaticano, não é o caso de voltar a falar do assunto. Em vez disso, gostaria de fazer uma pergunta, não a todos os Leitores, mas apenas a alguns deles.
Com certeza, entre os que seguem este blog há também alguns católicos.
Então a minha pergunta é a seguinte: como consegue o fiel conciliar o respeito e o amor para a Igreja quando esta guarda riquezas com as quais seria possível praticar tantas e tantas obras para socorrer os que mais precisam?
Como conseguem conciliar a pobreza material dum Cristo ou dum S. Francisco com a espantosa riqueza da Igreja? E como acham que Deus encara isso? Ou, ainda mais: porque não fala aos corações de quem gere as riquezas do Vaticano?
Que fique claro: a minha não é uma provocação (não estou interessado neste género de coisas), é pura curiosidade de quem, tal como eu, não consegue reconhecer-se na Igreja.
Nem quero insinuar dúvida nenhuma no coração dos fieis (sempre admitindo que isso seja possível com uma simples pergunta como esta): julgo que cada um de nós é livre de acreditar naquilo que quer, isso diz respeito a ele e só a ele. O Leitor quer acreditar em Deus, Allah ou Pai Natal? Seja bem vindo, o problema não é meu (desde que não me chateie).
Desde já, agradeço todos aqueles que terão a bondade de responder.
Só uma nota: os comentários insultuosos serão apagados, tal como resposta do tipo "não podemos entender os planos de Deus" (um mínimo de seriedade, não é?).
A palavra aos Leitores.
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