domingo, 21 de julho de 2013

Quem salva a Troika?



Desde que estourou a crise grega, em 2010, apara Atenas foram enviados cerca de 200 biliões de Euros em "ajuda". Mas, apesar disso, a situação do País não melhora.

"Apesar" ou "por causa disso".

Para onde foi aquele dinheiro todo?

Attac (Association pour la Taxation des Transactions pour l'Aide aux Citoyens, a Associação pela Tributação das Transacções Financeiras para ajuda aos Cidadãos) foi investigar e com a ajuda de documentos oficiais encontrou a resposta: 77% da "ajuda" à Grécia terminou nos cofres de bancos e especuladores.

Isso mesmo: quase todos os 200 mil milhões de "ajuda" serviram para engordar os bolsos dos banqueiros e dos especuladores internacionais.


Eis os detalhes:
  • 58,2 biliões (28,13%) foram utilizados para recapitalizar os bancos gregos
  • 101,3 biliões (49%) foram para os credores do Estado grego (Alemanha em primeiro lugar): 55,4 biliões foram usados ​​para pagar os Títulos já emitidos, 34,6 biliões para "encorajar" os investidores a concordar com um corte na dívida e 11,3 biliões foram utilizados para compra nova dívida.
  • 46,5 biliões (22,5%) acabaram no orçamento do governo grego
  • 0,9 bilião (0,4%) para a contribuição da Grécia ao ESM (pois: a Grécia, País falido, tem que contribuir para o fundo de ajuda aos Países falidos...).
E o estudo alerta: 77% pode ser uma percentagem subestimada.
Ou seja: a Troika (FMI, BCE e UE) não salva os Países, mas os bancos.
Caso ainda houvesse dúvidas...

Resumindo, eis o esquema:
 
 
As contribuições dos vários Países da Zona Euro (isso  é, o dinheiro dos cidadãos), mais o dinheiro do FMI (mais uma vez: o dinheiro dos contribuintes cujos Países aderem ao FMI. Por isso: Países europeus, mas também Estados Unidos, Brasil...) e aquele do BCE (o Banco Central Europeu) vão para o ESM (o Mecanismo de Estabilidade), o qual entrega a "ajuda" ao governo da Grécia.

Este último, por sua vez, entrega 77% da "ajuda" aos bancos privados e ao sector financeiro (os investidores); do que sobrar, uma parte volta para o ESM e ao FMI (do qual a Grécia é membro).
E o ciclo continua...


Ipse dixit.

Fontes: 
Gráfico original: Attac

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