Cabo Verde é o país lusófono mais democrático, tendo ultrapassado Portugal no último ano, revela o Índice da Democracia 2011, do Economist Intelligence Unit, que coloca Angola e Guiné-Bissau entre os piores.
O índice, realizado pelo serviço de investigação da revista "The Economist", vai na quarta edição e avalia as democracias de 165 estados independentes e dois territórios, colocando-os em quatro categorias: democracias plenas, democracias com falhas, regimes híbridos e regimes autoritários.
Segundo o relatório, Cabo Verde é o 26.º país mais democrático e o primeiro na categoria das democracias com falhas, sendo seguido de Portugal. Os dois países trocaram de posição, já que em 2010 Portugal era o 26.º e Cabo Verde o 27.º.
Num total de 10 pontos possíveis, Cabo Verde obtém 7,92 (menos duas décimas do que em 2010), o que resulta de uma avaliação baseada em cinco critérios: processo eleitoral e pluralismo (9,17 pontos), funcionamento do governo (7,86), participação política (7,22), cultura política (6,25) e liberdades civis (9,12).
Cabo Verde é referido como um dos seis países da região da África subsaariana onde as eleições são consideradas livres e justas, juntamente com o Botswana, o Gana, as Maurícias, a África do Sul e a Zâmbia.
Entre as democracias com falhas surgem ainda Timor-Leste, que se manteve no 42.º lugar, e o Brasil, que desceu da 47.ª para a 45.ª posição, ex-eaquo com a Polónia.
Timor-Leste teve uma classificação global de 7,22 (igual a 2010), com 8,67 no processo eleitoral e pluralismo, 6,79 no funcionamento do governo, 5,56 na participação política, 6,88 na cultura política e 8,24 nas liberdades civis.
Já o Brasil teve 7,12 (igual a 2010) de classificação geral, com 9,58 no processo eleitoral, 7,50 no funcionamento do governo, 5,00 na participação política, 4,38 na cultura política e 9,12 nas liberdades civis.
Moçambique, que desceu do 99.º para o 100.º lugar em 2011, é o único país lusófono entre os regimes híbridos e obteve um total de 4,90 pontos (igual a 2010), distribuídos entre o processo eleitoral (4,83), funcionamento do governo (4,64), participação política (5,56), cultura política (5,63) e liberdades civis (3,82).
Entre os países classificados como sendo regimes autoritários surgem Angola, que desceu do 131.º para o 133.º lugar, e a Guiné-Bissau, que se manteve no 157.º.
O processo eleitoral e pluralismo angolanos obtiveram 1,33 pontos, o funcionamento do governo 3,21, a participação política 4,44, a cultura política 4,38 e as libertades civis 3,24, o que resulta numa classificação global de 3,32, igual à do ano passado.
Angola é ainda um dos 40 países que registaram uma deterioração da liberdade de imprensa, revela o relatório.
Com um total de 1,99 pontos (igual a 2010), a Guiné-Bissau recebeu uma classificação de 2,08 no processo eleitoral, 0.00 no funcionamento do governo, 2,78 na participação política, 1,88 na cultura política e 3,24 nas liberdades civis.
O Índice da Democracia não refere São Tomé e Príncipe.
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