quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Saúde: Qual a função da Apêndice?





Adam
Apêndice: 

Muitas pessoas acreditava que ele só servia para manter os cirurgiões ocupados. Leonardo da Vinci acreditava que ele seria uma saída para “excesso de vento”, evitando que o intestino explodisse. A ideia pode não ser tão absurda, pois o apêndice humano parece ter se originado numa época em que os primatas eram completamente vegetarianos, com dificuldades de digerir tanta fibra.

A parte do intestino, formalmente conhecida como apêndice vermiforme, é uma cavidade oca, alongada e estreita, com uma extremidade fechada. Deriva do ceco, uma bolsa no início do intestino grosso, que recebe alimentos parcialmente digeridos despejados do intestino fino. Quando os alimentos param no beco sem saída ─ o ceco ─, microrganismos benéficos ao intestino ajudam a triturá-los ainda mais. Alguns animais herbívoros como coelhos e coalas têm um apêndice maior, onde vivem bactérias especializadas em digerir celulose que executam a mesma função. 

No entanto, vários animais que se alimentam de plantas, incluindo os macacos, não têm apêndice, e precisam de um ceco mais longo para triturar os vegetais. Como o apêndice parece ser opcional, mesmo entre primatas, os biólogos não podem simplesmente inferir que o nosso seja uma herança regredida de um ancestral comum com os coelhos. Ao contrário, o apêndice de primatas e os apêndices de outros mamíferos herbívoros parecem ter evoluído independentemente como extensões do ceco – talvez com as mesmas finalidades digestivas – mas o apêndice humano perdeu sua função há muito tempo.

Funções: 

Servir de depósito de alimentos e de microrganismos digestivos benignos, no entanto, pode ter sido um papel secundário do apêndice, pelo menos no início da evolução. Seu revestimento interno é rico em células imunes que monitoram o ambiente intestinal. Nas primeiras semanas de vida, o intestino dos bebês é povoado pelos habituais micro-organismos saudáveis e complementares simbióticos, o apêndice pode ser um centro de treinamento para ajudar células imunes a aprender a identificar patógenos e tolerar microrganismos prejudiciais. Se o apêndice ainda não tiver sido removido até a idade adulta, a abertura da cavidade se fecha completamente em algum momento na meia-idade. Mas nessa época sua finalidade já foi cumprida.

Além de causar apendicite? Até há bem pouco tempo, a resposta seria “para nada”. O apêndice era considerado um órgão vestigial, ou seja, um vestígio da evolução cuja função havia sido perdida com o tempo – praticamente um fóssil em nosso abdome. Mas, em 2007, cientistas da Universidade Duke, nos EUA, divulgaram que ele fabrica e serve como depósito de bactérias que auxiliam na digestão. “Além disso, também apresenta um conglomerado de células linfóides, que produzem anticorpos e ajudam na defesa do organismo”, portanto responsável pelo "reset" da nossa flora bacteriana intestinal e equilibrio do sistema imunológico.

Segundo investigadores norte-americanos, o apêndice funciona como um lugar seguro para as bactérias boas do organismo, que podem ser usadas para retomar o bom funcionamento do intestino depois de um surto de disenteria ou cólera.

Após um ataque severo no intestino grosso, que pode conduzir à remoção de bactérias essenciais para a digestão, é do apêndice que surgem as reservas de bactérias benéficas, capazes de reestabelecer o bom funcionamento do corpo.

Os cientistas defendem, contudo, que continua a fazer sentido remover o apêndice, em casos de inflamação ou infeção. Bill Parker, do Duke University Medical Centre, na Carolina do Norte, explicou ser importante que “as pessoas entendam que, se o seu apêndice fica inflamado, não significa que o devem manter apenas porque ele tem uma funcionalidade”.

Apendicite: 


É o nome dado à inflamação e a infecção do apêndice cecal. Esse último, por sua vez, é uma extensão do intestino grosso, que mede de 6 a 10 cm de comprimento. Esta afecção pode acontecer em indivíduos de todas as idades, mas é mais comum em adolescentes.

A inflamação do apêndice pode ocorre em consequência de sua obstrução por fecalitos (fezes). Como resultado dessa obstrução, há a proliferação de bactérias nessa região, instalando-se um processo infeccioso, variando de leve a intenso, de acordo com o tempo que o tratamento demora a ser iniciado. Essa obstrução pode se dar também devido a parasitas intestinais, cálculos biliares ou aumento de volume de gânglios linfáticos locais.

O sintoma característico da apendicite é uma dor abdominal generalizada, associada à perda de apetite e náuseas. Com a evolução do quadro, a dor se instala na região epigástrica (estômago), avançando para a região do umbigo, até atingir a região inferior e direita do abdômen. Nessa fase, podem ocorrer vômitos. Febre baixa também é comum, chegando até 38°C, elevando-se somente nos casos de supuração (perfuração do apêndice).


Quando é realizado o exame físico no paciente, este sente dor à palpação na região inferior direita do abdômen, com frequente endurecimento da parede abdominal neste local. O peristaltismo intestinal fica mais lento, isso é percebido pela distensão abdominal, pela redução da eliminação das fezes e gases, e pela diminuição dos ruídos intestinais. Quando há a supuração, com contaminação de toda a cavidade abdominal com pus, o abdômen todo fica dolorido.

O diagnóstico, primeiramente, é feito com base no quadro clínico do paciente e exames físicos realizados pelo médico. São feitos outros exames para a confirmação. No hemograma, a maioria dos pacientes com apendicite apresentam alterações, caracterizadas por uma leucocitose; o exame de urina também pode apresentar alterações, em consequência do contato com o apêndice inflamado com o ureter e a bexiga.

Já com relação aos exames de imagem, o mais usado é a ultra-sonografia e a tomografia computadorizada da região abdominal. Estes exames evidenciam o espessamento do apêndice e a presença de pus na sua volta.

O tratamento é cirúrgico, sendo realizada a retirada do apêndice (apendicectomia). Todavia, devido à infecção associada, todos os pacientes devem receber antibióticos, tanto antes da cirurgia, como após sua realização.




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