quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cigarro: Tudo o que precisa saber


Um relatório lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de seis milhões de pessoas morrem no mundo por ano devido ao uso do cigarro. O documento, chamado “Epidemia Global do Tabaco 2013″, ressalta tendências sobre o uso da substância e avanços com relação ao seu combate pelo planeta. Se o ritmo atual continuar, o número de mortes por cigarro deve subir para oito milhões de pessoas por ano, em 2030, segundo Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Brasil é citado no relatório como um dos países que mais adotaram medidas para combater o uso do cigarro, ao lado de Panamá, Irã e Turquia. Cerca de 15% da população adulta brasileira consome tabaco, ainda de acordo com a OMS. A estimativa é de que existam cinco bilhões de fumantes no mundo, e a projeção da OMS é que esse número seja de sete bilhões em 2050.

Na comparação dos países, 24 adotaram leis que proíbem completamente o uso do tabaco e de derivados. Outros 100 têm leis que impedem ou restringem o fumo de alguma forma, aponta a Rádio ONU. Já 67 países entre os pesquisados no relatório não adotam qualquer proibição ao cigarro ou restrições à publicidade que incentiva seu uso. No Brasil, o preço dos cigarros aumentou 100,34%, contra uma inflação de 31,80%, entre janeiro de 2007 e julho deste ano, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).



NOVENTA POR CENTO DOS FUMADORESS COMEÇARAM ANTES DOS 19 ANOS

Um dos principais objetivos da indústria do cigarro é fazer as pessoas acreditarem que fumar é uma decisão individual, o que funciona muito bem com os jovens de que fumando, eles vão ser mais sensuais, interessantes e aceitos. Você não acredita que isso é uma estratégia? Então leia o que diz um memorando dirigido ao vice-presidente de uma conhecida fábrica de cigarros:

"A marca Camel precisa aumentar sua penetração no grupo de 14-24 anos, que tem valores mais liberais e representa o mercado de cigarros amanhã."

Memorando de 1975 para C. A. Tucker, vice presidente de Marketing da R. J. Reynolds

A CORTINA DE FUMAÇA DA INDÚSTRIA DO CIGARRO

A estratégia para popularizar o uso do cigarro tem sido o marketing agressivo e a criação de uma verdadeira "cortina de fumaça", que esconde a verdade. O que acontece nos Estados Unidos e na Europa (as indenizações que os fabricantes de cigarro têm de pagar, a proibição da publicidade, etc.) nem sempre é conhecido em outros países, o que ajuda a indústria do cigarro a se expandir.

COM A PALAVRA, A INDÚSTRIA DO CIGARRO

Veja o que dizem alguns membros da indústria do cigarro:

"A nicotina causa dependência. Nosso negócio, então, é a venda de uma droga."

Addison Yeaman, da Brown & Williamson, 1963

"Para o principiante, fumar um cigarro é um ato simbólico. Eu não sou mais o filhinho da mamãe, eu sou durão, sou um aventureiro, não sou quadrado... À medida que o simbolismo psicológico perde a força, o efeito farmacológico assume o comando para manter o hábito..."

Philip Morris, vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento, "Por que se Fuma", 1969

A VERDADE

"O cigarro não ser visto como um produto, mas como um pacote. O produto é a nicotina. Pense no cigarro como um distribuidor de uma dose de nicotina. Pense em uma tragada como o veículo da nicotina."

Drª Gro Harlem Brundtland, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) - Berlim, 27 de abril de 1999.

NÃO SE DEIXE ENGANAR

Agora que já conhece um pouco da estratégia da indústria do cigarro, não se deixe seduzir pelas belas imagens dos comerciais e dos anúncios. Fumar não deixa ninguém mais bonito ou interessante. A verdade é bem outra: cigarro é droga, causa dependência e mata.


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Quando se começa a fumar, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro aproximadamente em nove segundos. Os principais efeitos da nicotina no sistema nervoso central consistem em: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite.

A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumadores relatarem uma sensação de relaxamento quando fumam. Essa sensação é provocada pela diminuição do tônus muscular. Menciona-se, também, aumento de concentração e de atenção.

A nicotina é um psicotrópico que gera dependência, por isso, o tabagismo é classificado pelo Código Internacional de Doenças (CID-10) como um transtorno mental e de comportamento pelo uso da substância.

A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade motora. Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos.

No sistema digestivo, provoca diminuição da contração do estômago, dificultando a digestão. Além disso, estimula no aparelho gastrointestinal a produção de ácido clorídrico, o que pode causar úlcera gástrica.

Essa droga, no organismo, aumenta a liberação de catecolaminas, as quais são responsáveis pela vasoconstrição, hipertensão arterial e aumento da frequência cardíaca.

A nicotina juntamente com o monóxido de carbono, provoca diversas doenças cardiovasculares, como: enfarte  acidente vascular cerebral e morte-súbita. Também desencadeia a libertação de substâncias quimiotaxias no pulmão, o que estimula um processo de destruição da elastina (proteína responsável pela expansão e contração do pulmão), provocando o enfisema pulmonar.


O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de algumas doenças, como: pneumonia, cancro (pulmão, laringe, faringe, esófago boca, e estômago), enfarte de miocárdio, bronquite crónica, enfisema pulmonar, derrame cerebral e úlcera digestiva.

Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar, ainda, náuseas, dores abdominais, diarreia e vómitos, cefaleia, tontura, braquicardia, fraqueza e impotência sexual nos homens.

O uso intenso e constante de tabaco pode provocar ainda o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que, originalmente, eram produzidos por doses menores.

Alguns fumadores, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo intenso de fumar), irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, tontura, insónia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.

A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso do tabaco.

Tabaco e Gravidez

O uso do tabaco tem vários efeitos sobre as funções reprodutivas incluindo redução de fertilidade, prejuízo do desenvolvimento fetal, maior risco de gravidez ectópica (gravidez fora do útero, na trompa de falópio) e aborto espontâneo.


Quando uma mulher fuma durante a gravidez, “o feto também fuma”, recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução de peso no recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê pelo leite materno.

Fumadores Passivos

Os fumadores não são os únicos expostos à fumaça do cigarro, pois os não-fumadores também são agredidos por ela, tornando-se fumadores passivos quando expostos a fumaça. Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumadores próximos ou distantes dos fumadores inalem também as substâncias tóxicas.

Existem evidências de que os fumadores passivos têm risco maior de desenvolverem doenças relacionadas aos usuários de tabaco. Estudos comprovam que filhos de pais fumadores apresentam incidência três vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não-fumadores.

Que fazer para deixar de fumar?
  • Escolher bem o dia em que vai deixar de fumar.
  • Avisar a família e os amigos.
  • Iniciar uma vida mais saudável.
  • Manter uma alimentação racional, rica em fruta, legumes, produtos lácteos, etc.
  • Iniciar uma vida mais saudável.
  • Reduzir a ingestão de café e de bebidas alcoólicas.
  • Fazer exercício físico.
  • Tentar relaxar-se e manter-se ocupado, quando tiver uma grande vontade de fumar.
  • Evitar ocasiões que aumentam a vontade de fumar (reuniões sociais,...).
  • Pensar nas vantagens do abandono do tabaco.
Há 4 fases para o abandono do tabaco
  • Pensar nas vantagens.
  • Mentalizar-se para parar de fumar.
  • Parar repentinamente.
  • Esforçar-se para se manter sem fumar, se necessário com a ajuda de algum tratamento.

Deve ser feito um esforço para não regressar ao tabaco. Poderá haver um aumento do peso, por isso deve ser mantida uma alimentação saudável, pobre em doces e gorduras, para que não recomece a fumar para voltar à linha.

O tabaco não é benéfico. Só prejudica a saúde de quem fuma e dos que o rodeiam. Não afirma a sua personalidade nem estimula o trabalho intelectual.

Quais as vantagens do abandono do tabaco?

Para o fumador:
  • Deixar de gastar dinheiro inutilmente.
  • Passar a ter um hálito fresco. Os dentes e os dedos deixam de estar manchados.
  • Respirar com maior facilidade, mesmo após um exercício físico (corrida, subida de escadas,...).
  • Deixar de se matar lentamente.
  • Deixar de tossir por causa do tabaco.
  • Evitar as constipações e os problemas respiratórios.
  • Evitar outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, pulmonares, cancro.
Para a família e amigos:
  • Passarão a respirar ar mais puro.
  • As crianças estarão menos sujeitas a problemas respiratórios.
  • Haverá menor probabilidade dos seus filhos começarem a fumar.
  • Será um bom exemplo para todos.
P@r Odnanref Osodrac

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