quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fukushima: mortos em 20 minutos



O nível da radiação próximo da estrutura Fukushima-1, em que estão localizados os reactores, é letal para os seres humanos.

Após dois anos e meio do acidente, um comunicado da sociedade Tokyo Electric Power Company(TEPCO) confirma os temores: há radiação letal e não apenas no interior dos edifícios.

Um nível de 25 Sieverts/hora foi encontrado na área próxima das turbinas 1 e 2. Até à data, trata-se do mais alto nível de radioactividade registado no exterior.

As medições foram feitas em áreas, perto das turbinas. Conforme relatado por um executivo da  TEPCO, substâncias radioactivas eram libertadas pelas turbinas já em Março de 2011. E este é um nível de radioactividade que mata um homem em 20 minutos.

É bom não esquecer que já em Agosto tinha sido revelada uma enorme perda de água radioactiva da usina Fukushima-1, a maior perda de líquido radioactivo desde o acidente de 2011, com uma concentração de cerca de 8,5 milhões de becquerel/litro.

Apesar dos 470 milhões de Dólares disponibilizados pelo governo japonês para lidar com as consequências do acidente, a concentração de substâncias radioactivas na água subjacentes à usina nuclear Fukushima-1 atingiu o seu recorde. De acordo com a TEPCO, os níveis de radiação em amostras retiradas do poço de manutenção, localizado a leste da segunda turbina, é de 1,3 milhões de becquerel por litro. O limite aceite em condições normais seria de 60.000 becquerels.

Actualmente existem algo como 1.000 tanques de armazenamento cheios de água fortemente contaminada em Fukushima: era este o líquido de refrigeração utilizado na central. Alguns dos tanques não são seguros, foram construídos por trabalhadores contratados ilegalmente, há muitas perdas de líquido.

A Agência Nuclear do Japão (NRA) e a Agência Internacional de Energia Atómica da ONU (AIEA) já sugeriram que o líquido seja despejado no oceano. O presidente da NRA, Shinichi Tanaka:

Não se pode manter armazenar o líquido para sempre. Temos que fazer uma escolha comparando todos os riscos envolvidos.

Juan Carlos Lentijo, da AIEA:

A descarga controlada é uma prática comum em todas as instalações nucleares do mundo. E o que estamos tentar dizer aqui é considerar esta como uma das opções para contribuir para um bom equilíbrio de riscos e para estabilizar a estrutura no longo prazo.


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