quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O ex-líder palestino Yasir Arafat foi envenenado com polônio radioativo


Viúva de Arafat afirma que ex-líder palestino foi envenenado com polônio

O ex-líder palestino Yasir Arafat morreu envenenado com polônio radioativo em 2004, disse a viúva dele, Suha Arafat, esta quarta-feira, após ter recebido os resultados dos exames realizados no corpo de seu marido na Suíça. "Estamos perante um verdadeiro assassinato político", disse a viúva.

O canal de televisão Al Arabiya informou que o nível de polônio radioativo em Arafat ultrapassava em 18 vezes o nível normal.

De acordo com a versão oficial, o ex-líder palestino morreu em 2004 na França devido a um derrame, mas, em julho do ano passado.

Especialistas suíços encontraram vestígios de polônio na roupa e pertences pessoais de Yasir Arafat:

Uma equipe de especialistas, inclusive do Instituto de Física de Radiação do Hospital da Universidade de Lausanne, abriu o túmulo de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, em novembro passado, e recolheu amostras de seu corpo para buscar evidências do suposto envenenamento.

"Isso confirmou todas as nossas dúvidas", disse Suha, que se reuniu com membros da equipe forense suíça em Genebra na terça-feira. "Está cientificamente provado que ele não morreu de morte natural, e nós temos a prova científica de que este homem foi assassinado."

Ela não acusou qualquer país ou pessoa, e reconheceu que o líder histórico da Organização para a Libertação da Palestina tinha muitos inimigos.

Arafat assinou os acordos interinos de paz com Israel em Oslo em 1993 e liderou uma revolta posterior, após o fracasso das negociações, em 2000, sobre um acordo definitivo.

Arafat tinha inimigos entre seu próprio povo, mas muitos palestinos acusam Israel, que cercou o líder palestino em seu quartel-general em Ramallah pelos dois últimos anos e meio de sua vida.

O governo israelense nega qualquer participação na morte, observando que ele tinha 75 anos e não tinha um estilo de vida saudável. 

Uma investigação feita pela emissora sediada no Catar Al Jazeera revelou no ano passado que traços de polônio-210 foram encontrados em objetos pessoais de Arafat dados a sua viúva pelo hospital militar francês onde ele morreu.

A denúncia levou os promotores franceses a abrir uma investigação por suspeita de assassinato em agosto de 2012, a pedido de Suha Arafat.

Legistas da Suíça, Rússia e França recolheram amostras do cadáver de Arafat para realizar testes, depois de receberem autorização da Autoridade Palestina.

Dave Barclay, renomado cientista do Reino Unido e detetive aposentado, contou à rede Al Jazeera que após a pesquisa, tinha certeza que Assarat foi assassinado. “Nós achamos a arma do crime que causou sua morte. O que ainda não sabemos é quem estava a segurando”, comentou Barclay.

O líder adoeceu em outubro de 2004 após uma refeição, tendo náuseas, vômitos e dores abdominais. Ele foi tratado em Paris sob o diagnóstico de gripe, mas faleceu em novembro. Após sua morte, surgiram rumores de que a causa seria aids ou leucemia. Porém, não foram realizadas autópsias.

Suha Arafat, viúva de Yasser, declarou à rede Al Jazeera: “Estou em luto mais uma vez, é como se acabassem de me dizer que Arafat morreu”. Para ela, a morte de seu ex-marido pode ser considerada o “crime do século”.


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