No passado dia 2 de Outubro, foi publicado um interessante artigo:
Riscaldamento Globale? Mai stato cosí freddo ("Aquecimento Global? Nunca foi tão frio"), do professor de Química Ambiental Franco Battaglia, da Universidade de Modena, co-autor do relatório NIPCC “Climate Change Reconsidered II”.
O artigo é muito interessante mas tem um "corte" científico, esquecendo as profundas motivações que estão atrás da cruzada Global Warming.
Estas, de facto, têm origem nas políticas de exploração dos Países do Terceiro Mundo, aos quais, juntamente com o pedido para não aumentar as emissões de CO2, é negada a industrialização e desenvolvimento.
Como afirmado pelo diplomata do Sudão Lumumba Di - Aping acerca das propostas do G77 em ocasião da conferência climática de Copenhagen (ano de 2009):
Os ricos Países do norte pedem para a África assinar um pacto suicida, um pacto de incineração,com o fim de manter a dominação económica de alguns Países.
Pelo que, vamos observar mais de perto as análises dos dados, deixando as interpretações políticas para outra sede.
A teoria do aquecimento global antropogénico (AGW de acordo com a abreviatura inglesa) é dum século atrás e ao longo dos anos tem sido revivida repetidamente. Na origem, era uma conjectura razoável e simples: há mais de um século, o homem começou a queimar combustíveis fósseis com ritmo elevado, emitindo na atmosfera grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2). O CO2 é um gás de efeito estufa, e dado que no século passado o planeta era mais quente do que no século anterior, foi sugerido que as emissões antrópicas (do homem) fossem responsáveis pela mudança climática.
Para verificar a hipótese, a ONU criou um organismo (o IPCC: Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas) que não é científico, mas político: no sentido de que os seus membros são nomeados pelos governos. O IPCC assumiu logo a hipótese do aquecimento antrópico como verdadeiro (tal como está explicitamente escrito no seu estatuto) e passou a recolher todas as evidências que confirmam a hipótese, principalmente os resultados dos cálculos de modelos.
O procedimento adoptado levou o IPCC a escolher de forma selectiva os resultados em favor da hipótese a ser testada. Não acaso, em 2009 o IPCC foi envolvido no escândalo Climagate, manipulações de dados para favorecer a teoria do aquecimento antrópico. Obviamente, o IPCC ganhou o Nobel da Paz.
O método científico, no entanto, funciona de forma diferente . Na presença de uma hipótese, devemos formular a hipótese contrária (ou seja, que nega o pressuposto que desejamos controlar) e tentar falsificá-la: só se formos capazes de falsificar a hipótese contrária então podemos aceitar o hipótese original.
Exemplo prático: no caso do clima, deve ser falsificada a seguinte afirmação: "O clima de hoje é de origem natural". De acordo com os cânones do método científico, temos que demonstrar que esta frase está errada: desta forma, teremos obrigatoriamente que aceitar a afirmação segundo a qual o clima como hoje se apresenta é apenas uma consequência da actividade humana.
Então vamos ver se os dados disponíveis conseguem desfazer a ideia de que o clima de é de origem natural.
Figura 1 |
I
Os dados geológicos informam que a história climática da Terra é essencialmente aquela dum planeta frio, que a cada 100 mil anos vive os períodos de optimum climático (por assim dizer, períodos com um clima ideal para a vida dos seres humanos). Nós vivemos num tal período, mas é verdade que todos os períodos anteriores de optimum climático foram mais quente do que hoje: de facto, estamos num optimum climático particularmente frio.
O clima dos anteriores períodos quentes, obviamente, só podem ter sido de origem natural.
Figura 2 |
II
Sobrepondo as oscilações (pois o clima não é sempre igual) num período de 100.000 anos, há outras variações, com períodos mais curtos. A figura nº 2 é um exemplo disso. Pode-se observar que cerca de 1.000 anos atrás, o planeta tem experimentado o chamado Período Quente Medieval (PQM), quando o clima era mais quente do que hoje. Alguém tentou negar isso, alegando que os dados são limitados; mas não é verdade, pois o Período Quente Medieval é certificado por dezenas de resultados, com dados recolhidos em todos os cantos do mundo. Além disso, fica a dúvida: qual o sentido de preocupar-se do desempenho de um clima global se depois a nível local as coisas mudam?
O clima do Período Quente Medieval só pode ter sido de origem natural.
III
O actual aquecimento global não começou há um século, em concomitância com as emissões de CO2, mas cerca de quatro séculos atrás, quando o planeta encontrava-se na chamada Pequena Idade do Gelo (os astrofísicos chamam isso como Mínimo Maunder e corresponde a uma mínima actividade solar).
Por volta de 1650 (ver novamente a Figura 2), o planeta começou a aquecer e sair da Pequena Idade do Gelo, e continuou a fazê-lo com várias oscilações até os dias actuais. Não por acaso, muitas vezes ouvimos que temos as temperaturas mais altas do últimos 400 anos: exactamente 400 anos atrás, o planeta encontrava-se no meio da Pequena Idade do Gelo.
A saída da Pequena Idade do Gelo, iniciada há 400 anos, só pode ter sido de origem natural.
Figura 3: a linha preta mostra as médias anuais, a vermelha as médias de cada 5 anos. |
IV
A saída da Pequena Idade do Gelo não foi um processo monótono mas, em vez disso, o aumento da temperatura sofreu paragem e até inversões. Uma mudança importante ocorreu nos anos de 1940-1975 (Figura 3), paralelamente ao aumento da população crescendo e das emissões industriais.
Outra importante paragem foi há 12 anos (Figura 4), com temperaturas globais que pararam de crescer, mesmo com emissões de CO2 que continuam a aumentar exponencialmente. Mais uma vez, o clima do planeta é regido por fenómenos naturais, uma vez que arrefeceu mesmo quando as emissões de gases com efeito estufa encontravam-se nos valores máximos.
Figura 4: as temperaturas (linhas azuis) e o nível de CO2 (linha preta) |
V
A teoria do aquecimento global antropogenético prevê o aumento da temperatura da troposfera equatorial, cerca de 12 km a partir da superfície da Terra, cerca de três vezes maior do que o aumento da temperatura da atmosfera na superfície ( figura 5a). Esta condição foi baptizada "a impressão digital do aquecimento global antropogenético". Mas as medições efectuadas pelos satélites registam na troposfera equatorial não um aumento da temperatura em comparação com a superfície terrestre, mas até um arrefecimento (Figura 5b). A "impressão digital" do aquecimento antropogenético tornou-se assim a impressão digital da falsidade da hipótese.
Figura 5: em cima, mapa térmico da troposfera equatorial segundo o modelo do aquecimento global antropogenético. Em baixo, os dados reais fornecidos pelos satélites. |
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