Os EUA têm criticado a Alemanha por esta estar a fomentar excessivamente as exportações. Tal cenário, segundo peritos norte-americanos, vem aumentando a carga sobre os países fracos da Europa que, por essa razão, têm que diminuir o seu desempenho econômico. A política econômica da Alemanha já tinha sido alvo de críticas semelhantes, mas, desta vez, o tom das reclamações dirigidas a Berlim é bastante mais forte.
O Departamento do Tesouro dos EUA mostrou apreensão pela política econômica seguida pela Alemanha. Um relatório de peritos assinala que o governo alemão se aproveita da crise para avolumar as exportações e reforçar posições nos mercados europeus. Tal situação tem vindo a aumentar o fardo que recai sobre os países mais fracos da zona euro, em vez de ajudar a estimular a sua atividade econômica.
O Ministério da Economia da Alemanha rejeitou as críticas dos EUA, argumentando que a política do seu país está virada para superar a crise e criar condições reais e não especulativas para o crescimento econômico. O cientista político Hans-Henning Schroder, do Fundo de Ciência e Política, instado a comentar as recentes críticas, afirma:
“Tal poderá ser uma reação dos EUA às denúncias de espionagem que provocaram discussões acesas na sociedade alemã e o crescimento dos ânimos antiamericanos”.
A verdade é que nem todas as críticas lançadas à Alemanha carecem de fundamento. O FMI, num relatório recente, também censurou a sua expansão econômica externa. Além disso, aos EUA não agrada muito a situação em que as tentativas de vencer a crise global são feitas depender, por excelência, da linha política preconizada pelo Sistema de Reserva Federal: os últimos informes procedentes da Europa contêm não apenas a análise das ações do Banco Central Europeu (BCE), mas, em uma maior medida, raciocínios sobre a ação ou a eventual inação do SRF.
No tocante à correlação de forças na Europa, as sondagens à opinião pública têm evidenciado uma tendência interessante. Os dados divulgados pela agência Pew Research Center comprovam que 69% dos questionados na Grécia não consideram errada a introdução do euro. E isto apesar dos seis anos de recessão, a queda do PIB em 26% e uma taxa de desemprego recorde estimada hoje em 27%. Por outro lado, é evidente que o empréstimo, no valor de mais de 200 bilhões de euros, concedido pela UE e FMI ajudou a evitar um cenário realmente dramático.
Como será a futura política econômica da Europa? Por enquanto, os mercados mundiais estão marcados pela indefinição perante novos passos do BCE. “Esperamos que uma decisão sobre abrandamento da política monetária seja tomada na reunião de dezembro”, informa a Reuters, citando o parecer de peritos da companhia financeira britânica Barclays Capital. Por isso, os europeus terão que fazer prova, novamente, de paciência e perseverança.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/
Sem comentários:
Enviar um comentário
Qualquer mensagem inapropriada não será considerada.