terça-feira, 20 de agosto de 2013

A ética da culpa.


O mundo que conhecemos vai de mal a pior devido ao crescente problema da poluição que em pleno século XXI, com toda a tecnologia disponível ainda assim, é mais fácil poluir do que arranjar soluções benéficas para o planeta.

Sabendo isto, todos temos o dever de reciclar, não deitar lixo para o chão, usar menos plástico possível, enfim realizar uma serie de processos para minimizar o impacto que este tem no ambiente.

Mas agora me interrogo, será que a culpa é do simples cidadão que   vai ao super mercado e 90% do produto disponilvel vem embalado em plástico, o transporte do mesmo é feito em sacos de plástico de baixa qualidade, que não serve nem para reutilizar?

Os órgãos responsáveis pelo controle e pelo fabrico nos incutem a culpa do uso do plástico, enquanto as suas fábricas todos os dias emitem fumos tóxicos para a atmosfera, largam resíduos para o oceano, poluem o terreno envolvente com a produção em massa, visando apenas o lucro selvagem, ainda por cima nos vendem "gato por lebre".

Alguns exemplos de situações no âmbito da reciclagem, onde existe  a mesma ética da culpa mas que na realidade, não passa de mais um negocio:

Na área da hotelaria, por exemplo em Portugal, a entidade responsável, ASAE, tem vindo a exigir com base legal, um sistema de tratamento de resíduos sustentável, ou seja ponto verde.

Os contentores de separação do lixo e todo o material denominado ponto verde, custa um balúrdio e são fabricados dos ditos materiais mais baratos (plástico reciclado).

Nas grandes superfícies comerciais, as lojas assumem um custo extra com base na ética da culpa, implementam o sistema de reciclagem e até dão formação e incentivam/Obrigam os funcionários a pratica-lo.

Mas na realidade, passando a porta da loja, começando pela própria administração da superfície comercial e até os serviços municipalizados de recolha de lixo, tratam todo o lixo da mesma maneira.

Isto não passa de burocracias e negócios montados para alimentar as empresas do ramo que no fundo pertencem aos mesmos donos do dinheiro.

Todos nós ao fim ao cabo, sentimo-nos culpados por atirar um simples pedaço de papel ao chão, mas na verdade quem tem poder de decisão na matéria, anda a "remar contra a maré".

Será que existem soluções para o lixo?

A primeira solução é óbvia, quem fabrica e nos vende o lixo, tem que mudar de politica. Reciclagem de facto é uma boa solução, mas para além de, apenas ser uma tentativa de acabar com o lixo já existente, ela simplesmente não funciona, servindo apenas para enriquecimento da classe dominante. 

Com tanto avanço tecnológico, dignos de Hollywood, seria completamente ignorante pensar-se, que hoje em dia não são conhecidos outros materiais com propriedades amigas do ambiente e capazes de armazenar os produtos que consumimos de forma mais segura e barata.

Para que fique bem claro que, o objectivo dessa "ética da culpa" não é uma consciência comum e global em torno de um problema universal, como nos tem ensinado, com o objectivo de o resolver pela raiz.

Eis um exemplo, entre muitos outros, de soluções engenhosas e tecnológicas desenvolvidas, sem interesse económico para erradicar o lixo nos oceanos. Mas infelizmente ficou só no papel como sempre.

À frente de um projeto grandioso para reverter esta situação está um jovem holandês de 19 anos: o estudante Boyan Slat desenvolveu um protótipo de uma raia-robô que retira os resíduos plásticos da água.

Ela funcionaria como um funil: atrairia a sujeira para o ângulo formado por suas hastes e as encaminharia para suas plataformas de processamento. Nelas, o lixo seria filtrado, separado do plâncton e armazenado para reciclagem. O dispositivo seria capaz de analisar a quantidade e o tamanho das partículas de plásticos presentes nas manchas de sujeira do oceano.


Para minimizar os impactos ambientais da raia-robô, uma equipe de 50 engenheiros trabalha na viabilidade da tecnologia e pretende utilizar placas solares e aproveitar a força das ondas e correntes marítimas para gerar energia, necessária para o funcionamento do sistema.

Ainda não há previsão de quando o aparelho estará pronto para o uso, mas a promessa é grande: “extraia 7.250.000 de toneladas de plástico dos oceanos em apenas cinco anos”, anuncia Slat em seu site, pedindo contribuição. Além disso, o projeto já foi premiado como o melhor Desenho Técnico de 2012 na Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda.

Assista à palestra de Slat no TEDxDelft (em inglês):

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