terça-feira, 1 de outubro de 2013

As previsões do BIS (Bank for International Settlements)



O alarme foi dado por um banco:

Aliás, é dum super-banco: com sede em Basileia, na Suíça o BIS (Bank for International Settlements, Banco de Compensações Internacionais) promove a cooperação entre os bancos centrais, fornece serviços financeiros quase como um "banco dos bancos centrais" e atua como agente ou representante nos pagamentos internacionais.

No papel de "banco de todos os bancos", o BIS de Basileia é o mais poderoso banco do mundo, aquele que capta e dirige o clima das finanças globais. E as suas últimas previsões são alarmantes.

O alarme, lançado num relatório na semana passada, observa com preocupação com o tsunami de dívida que, na indiferença geral dos governos e dos media, está prestes a cair sobre os mercados e, consequentemente, sobre as nossas cabecinhas. Algo bastante grave, para que fique bem claro.

Culpa da Federal Reserve e da continua injeção mensal 85 biliões de Dólares na disfuncional economia americana? Não, o problema é bem maior. A Fed imprime rios de dinheiro na tentativa de relançar o motor da economia dos Estados Unidos, mas o programa de estímulos não resulta (a Fed baixou as previsões de crescimento): evidentemente os males têm uma origem mais profunda e não abrange apenas as contas de Washington.

William White, ex- economista-chefe do BIS, confirma as previsões sinistras da instituição:

Estamos de volta a uma situação pior daquela da véspera do colapso do Lehman Brothers em 2008. Todas as situações de desequilíbrio ainda estão presentes. Os níveis de dívida pública e privada aumentaram 30% em relação a cinco anos atrás.

Mas afinal quanto é esta dívida? De acordo com as contas do diário económico, The Economist, o total da dívida pública global seria de 51.663.084.824.800 Dólares. Um pouco mais de 51 triliões. Segundo outros cálculos, o total já teria ultrapassado os 190 triliões. Mas ter uma ideia precisa é muito difícil.


Congresso dos EUA, no próximo 15 de Outubro, aumentará o limite da dívida. Terá que fazer isso, caso contrário não estará disponível o dinheiro para so pagamentos. E ninguém consegue imaginar (por enquanto) os EUA incumpridores.

O Japão continua com uma dívida de 211% do seu PIB, o País gasta mais da metade da receitas fiscais para o pagamento dos juros da dívida nacional. E 46% do orçamento de 2013 só pode ser financiado com dívida adicional.

Na China, ao longo dos últimos cinco anos, a dívida privada subiu de 8 para 23 biliões de Dólares.

Na Europa...pois, a Europa. Por aqui, num ano, o rácio da dívida aumentou até atingir valores cada vez mais elevados (Portugal entrou em falência com uma dívida que ultrapassava 80%, agora já atingiu 130%), mas Bruxelas continua a dizer que a crise já passou e que a economia está em recuperação.

Considerarmos a estimativa do The Economist: quem irá pagar 51 triliões de dívida?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Qualquer mensagem inapropriada não será considerada.