Higiene pessoal: É cancerígeno o formaldeído dos cosméticos. "não ponha na sua pele aquilo que não põe na sua boca"

Por Johanna Congleton, EWG Cientista Sênior

Será que um produto químico que pode causar cancro se esconde nos seus cosméticos? Pior ainda, nos itens de higiene pessoal do seu bebé?

Talvez. De acordo com dados da Food and Drug Administration federal, quase 1 em cada 5 produtos cosméticos contém uma substância que gera formaldeído, um conhecido carcinogênico humano .

O rótulo do produto não irá lhe dizer se o formaldeído está presente, mesmo que o fabricante tenha posto uma pequena quantidade para prolongar a vida na prateleira. Como todos os que já dissecaram um sapo na aula de biologia sabem, o formaldeído é um conservante eficaz.

Mas o governo dos EUA e a Organização Mundial de Saúde, classificaram o formaldeído como carcinogênico quando seus vapores são inalados. Ele também é um sensibilizador da pele potente e alérgeno. Empresas de cosméticos geralmente não usam formaldeído puro em suas misturas. Em vez disso, eles usam uma rota indireta, usando o que eles chamam de "sistemas de conservação" que utilizam qualquer um dos vários produtos químicos, chamados de "liberadores de formol". Estes são produtos químicos que, quando adicionados à água, vão-se decompor lentamente ao longo do tempo para formar moléculas de formaldeído. Alguns fabricantes favorecem este método porque funciona como uma cápsula do tempo, mantendo um nível relativamente constante de preservação na mistura. As reações que geram formaldeído ocorrem silenciosamente com os produtos nas prateleiras em lojas ou armários de casa de banho.

Se não quer um produto que contém uma substância química de libertação de formaldeído, tem que fazer a vez de um detetive e fiscalizar o rótulo dos produto. Chemicals nesta categoria incluem:

• DMDM hidantoína
• Imidazolidinyl uréia
• Diazolidinyl uréia
• Quaternium-15
• Bronopol ( 2 - bromo - 2 - nitropropano - 1 , 3-diol)
• 5-bromo-5-nitro-1 ,3-dioxano
• Hidroximetilglicinato

A FDA não restringe a quantidade de formaldeído que podem estar presentes em cosméticos vendidos em os EUA mas o painel de segurança dos ingredientes da indústria de higiene pessoal americana, o Cosmetic Ingredient Review, emitiu diretrizes voluntárias que ecoam juridicamente e de forma vinculativa à União Europeia (directiva), que proíbem mais de 0,2 por cento de formaldeído nos produtos de higiene pessoal.

As políticas da União Europeia são melhores do que a FDA, mas eles não protegem completamente as pessoas contra produtos químicos de cosméticos que podem induzir a reações alérgicas. A UE permite que produtos de cuidados pessoais tenham até 2.000 partes por milhão de formaldeído livre. Isso é mais do que suficiente para causar uma dermatite ou uma inflamação da pele. As concentrações de formaldeído a partir de 200 a 300 partes por milhão, foram demonstradas como potenciadoras de dermatite.

O risco de cancro apresentado por um cosmético pode ser considerada leve. Contudo temos que ter em conta o tempo de exposição (normalmente começamos a usar produtos de higiene desde bebés até...) e o fato de que essas não são as únicas fontes de exposição de uma pessoa. As pessoas também estão expostas ao formaldeído existentes em produtos de madeira prensados, fumo de cigarro, escape de veículos e aparelhos de queima de combustível sem ventilação, como fogões a gás, fogões a lenha e aquecedores de querosene de acordo com o Instituto Nacional do Câncer e da Agência de Proteção Ambiental. 

Produtos de higiene pessoail que contenham formaldeído dão um contributo desnecessária a exposição de um indivíduo a este produto químico - particularmente desde que a pesquisa mostra que os produtos cosméticos podem liberar pequenas quantidades de formaldeído no ar logo após sua aplicação. O formaldeído é mais perigoso quando inalado.

Este é o mecanismo de ação (descrito para os profissionais de saúde) deste químico quando em contato com matéria orgânica: 

"A atividade germicida do formaldeído se deve à aquilação de radicais amino, carboxil, oxidril e sulfidril de proteínas e ácidos nucléicos microbianos, formando pontes metilênicas ou etilênicas, o que impedem que esses compostos celulares realizem suas funções".

Eis algumas recomendações sobre este químico existente para os hospitais em relação aos profissionais de saúde que se expõe a ele diariamente:

• perde atividade com a presença de matéria orgânica;
• odor forte e irritante;
• a formulação alcoólica corroi metais, danifica lentes, instrumentos ópticos, artigos plásticos e de borracha;
• deixa resíduos tóxicos em equipamentos;
• possui alta toxicidade. No ar sua concentração máxima permitida é de 1ppm por 30 minutos, podendo após esse limite provocar irritação de mucosas, dermatite, asma, bronquite e pneumonite;
• é considerado carcinogênico pelo National Institute of Occupational Safety Health (NIOSH).

Os produtos Cosméticos precisam de conservantes para evitar o crescimento de bactérias. Mas liberadores de formol não são a única opção. No ano passado, Johnson & Johnson, um dos maiores fabricantes do mundo de produtos de cuidados para a pele dos bebés e adultos e produtos para o cabelo, anunciou que deixaria a adição de liberadores de formol para seus produtos. Existem substitutos mais seguros, tais como benzoato de sódio.

Como pode evitar formaldeído nos seus produtos?

Primeiramente recomenda aquela velha máxima do meu amigo Odin Desnaref, "não ponha na sua pele aquilo que não põe na sua boca". Existem desde a centenas de anos, soluções naturais e sem adição de componentes estranhos para a nossa pele, de hidratantes, podendo dispor até de propriedade anticéptica e antigénica. 

Para aqueles que não se querem dar ao trabalho de, procuram ou até mesmo conceder um produto natural e seguro, verifique o rótulo cuidadosamente, tanto para o próprio ingrediente formaldeído e para os sete libertadores de formaldeído comuns listados acima. Ou deixe EWG fazer a pesquisa por sí. Confira os produtos da EWG Skin Deep Cosméticos banco de dados . Ele contém informações sobre mais de 77 mil produtos e seus ingredientes. O banco de dados, procurou mais de 200 milhões de vezes por consumidores experientes, destaca substâncias tóxicas, como formaldeído - e os liberadores de formol insidiosas.

P@r Odnanref Osodrac

Fonte: 
http://www.ewg.org
http://www.eco-usa.net/