segunda-feira, 15 de julho de 2013

O poder da máfia portuguesa

Pinto Balsemão 

1 – Uma das vantagens de Francisco Pinto Balsemão, representante em Portugal do grupo elitista e manipulador que dá pelo nome de Bilderberg, é a sua capacidade de antecipadamente fazer uma leitura do futuro imediato e do médio prazo, a fim de poder tirar partido nas instituições de poder político, financeiro e mediático, em proveito dos interesses da aristocracia financeira mundial e das oligarquias subjacentes.


George W. Bush, Aníbal e Maria Cavaco Silva

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Cavaco Silva e George W. Bush, ex Presidente dos EUA e ex Presidente da -CIA

A ida a Londres (reunião do Bilderberg anual) dele e dos Presidentes do PS e CDS, respectivamente Seguro e Portas, seus convidados deste ano, inscreve-se nessa leitura e é por si simultaneamente uma antecipação em relação ao futuro e uma forma de persuasão.

Os acontecimentos sócio-políticos e institucionais “ao mais alto nível” em Portugal, têm-no vindo a comprovar!

2 – Ainda que evocando outras razões, o Presidente Cavaco Silva, no seguimento da crise sócio-política que grassa no país, uma crise em relação à qual ele tem dado a sua contribuição não só neste seu actual mandato enquanto Presidente, mas também no passado quando teve a oportunidade de exercer altas funções governativas, lá voltou ao irremediável “arco de governo”, alegadamente para que haja um “compromisso de salvação nacional”.

Desse modo Cavaco Silva não dá sinais alguns de se querer efectivamente redimir nem alterar o que quer que seja no seu horizonte político-ideológico, próprio de um cada vez mais “dinossauro excelentíssimo”: em relação às causas profundas da crise artificiosa diz nada e em relação a sair dela actuando sobre suas causas profundas… nada diz… e tudo isso para, ao conservar a crise, beneficiar sobretudo aqueles que sempre têm sido beneficiados de há várias décadas a esta parte… histórias do “arco da velha”!...

Washington Post


Washington Post


Inquérito do PCP na AR em Janeiro de 1987

A receita que é estipulada pelo Bilderberg, é a única receita (neo liberal) que Cavaco neste momento entende nas suas limitações intelectuais como institucionais e no conceito do que deve ser a “representação” do bom povo português para além dos singulares actos eleitorais.


Cavaco Silva - Visão- Outubro 1995

Para ele nada significa que “o povo dos brandos costumes” seja deliberadamente sujeito ao choque das crises mais avassaladoras que ele próprio ajudou a desencadear.

Cavaco está a sublinhar que é parte do problema, por que cai uma vez mais numa alternância condicionada (à crise e ao poder financeiro) e não parte da possibilidade da solução em relação a ela, sem sequer levar em conta que, para tal, é chegada a hora de se procurarem alternativas que só se poderão encontrar numa vasta integração, muito para lá do patético “arco de governação”…

De facto foram os mesmos ingredientes e componentes de sucessivos governos do “arco de governação”, que seguiram à risca a lógica capitalista (dos quais ele fez por várias vezes parte como figura de proa) e se deixaram arrastar primeiro pelo “diktat” incondicional duma construção europeia conformada aos poderosos e depois pelo carácter dominante dos “mercados”, que agora se aproveitam para serem uma vez mais “premiados pelos seus bons ofícios e serviços”!

A lógica capitalista e os processos neo liberais que desencadeou, não têm outro horizonte!

3 – Cavaco deliberadamente confunde hoje com muito mais evidência o que é de interesse nacional com o que é do interesse do capital, ainda por cima daquele capital que, de tanto dominar e condicionar Portugal, está a transformá-lo numa autêntica colónia!

Apresta-se a um papel dessa natureza e julga que está a lidar com gente que partilha a encenação sem limites da hipocrisia!

Para Cavaco, um compromisso com o capital é assim entendido de forma avulsa e subvertida, como um “compromisso de salvação nacional”… o rótulo da mentira de toda a sua própria trajectória sócio-política e até “humana”!...

Cavaco Presidente

Efectivamente um “compromisso de salvação do capital”, à revelia dos interesses duma fatia cada vez maior do povo português e daqueles que à esquerda e identificando-se com essas mesmas camadas se assumem com revigorado patriotismo, é o único acto possível para um irredutível mercenário que, constata-se, sempre foi e nunca quis deixar de o ser! 

Texto de Martinho Júnior

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