terça-feira, 1 de outubro de 2013

HOMEM QUE TENTOU MATAR JOÃO PAULO II DIZ QUE ORDEM PARTIU DO VATICANO

João Paulo II foi atingido por três tiros, a 13 de Maio de 1981 foto EPA
Mehmet Ali Agca, autor do atentado contra o papa João Paulo II, a 13 de Maio de 1981, acusou, na terça-feira, o Vaticano de ter estado por detrás do crime.

Ali Agca culpou o secretário de Estado do Vaticano, Agustino Casaroli, como a pessoa que supostamente arquitectou o assassinato do papa.

"Definitivamente, o Governo do Vaticano esteve por detrás da intenção de assassinar o papa. O cardeal Agustino Casaroli, o número dois do Vaticano, decidiu assim", disse Ali Agca, em declarações exclusivas à televisão pública turca TRT.

João Paulo II foi atingido com gravidade por três tiros, quando viajava num veículo aberto, na Praça de S. Pedro, no Vaticano, a 13 de Maio de 1981.

A ordem de execução terá chegado através de um agente do Vaticano, identificado por Agca como "padre Michele", disse. "Pratiquei várias técnicas de ataque com o padre Michele e com outro agente do Vaticano. Reuni-me muitas vezes com ele e fomos até à praça de S. Pedro para planear o atentado", contou.

Ali Agca explicou, ainda, que durante o encontro que teve com João Paulo II, em Dezembro de 1983, o papa não o questionou sobre a autoria do atentado, porque o chefe da igreja católica "sabia muito bem que o Vaticano estava por detrás".

UMA VIDA NA PRISÃO

Em imagem de 1983, o papa João Paulo II aperta a mão de Mehmet Ali Agça Foto:  / AP

Agca, de 52 anos, passou 19 na cadeia em Itália antes de o presidente Carlo Azegli Ciampi o indultar em Junho de 2001. Pouco depois foi entregue à Turquia, onde o esperava uma condenação perpétua por vários delitos cometidos quando era membro do grupo turco da extremadireita Lobos Castanho.

Entre outros delitos, Agca foi tido como culpado do assassinato de Abdi Ipecki, editor do jornal esquerdista de grande tiragem, em Fevereiro de 1979, Milliyet, em Istambul. Mas depois de cumprir seis meses de cárcere fugiu da cadeia com a ajuda de um activista dos Lobos Castanhos e juntos foram à Bulgária, uma das bases de operações da máfia turca de então.

No passado dia 18 de Janeiro foi posto em liberdade a partir de uma prisão próxima de Ankara, pese o facto de dever continuar na cadeia pelo menos até 2017 e declarado incapacitado para cumprir o serviço militar ao ser considerado mentalmente instável.

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