quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Professor Guennadi Prostakishin, perito do Centro de Medicina de Catástrofes russo: Não sei se há ou não gás sarin na Síria. Recordem o que aconteceu com Saddam Hussein. Os norte-americanos também o acusavam de ter sarin e outras substâncias tóxicas, mas não havia lá nada. Provavelmente, o mesmo se passará neste caso."


Professor Guennadi Prostakishin, perito do Centro de Medicina de Catástrofes russo:

"Não sei se há ou não gás sarin na Síria. Recordem o que aconteceu com Saddam Hussein. Os norte-americanos também o acusavam de ter sarin e outras substâncias tóxicas, mas não havia lá nada. Provavelmente, o mesmo se passará neste caso."

Alguns peritos ocidentais duvidam que se esteja a falar de sarin. Além disso, eles avisam para desconfiar das imagens colocadas na Internet, alegadamente feitas logo depois do ataque.

"Nelas se vê que as pessoas que prestam os primeiros socorros às vítimas não usam vestuário de proteção", escreveu em seu blog o perito em armas químicas e biológicas Jean Pascal Zanders, do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia. "O sarin não funciona assim. Sem um vestuário de proteção haveria muitas intoxicações secundárias", afirma Zanders.

O incidente ocorrido nos arredores de Damasco teve lugar precisamente quando a Comissão da ONU para a investigação da possível utilização de armas químicas começou seus trabalhos na Síria. Na opinião do MRE russo, tudo isto "aparenta serem tentativas para sabotar a realização da Conferência de Genebra" para a regulação do conflito sírio. A próxima reunião, entre peritos russos e norte-americanos, para discutir a preparação da conferência Genebra 2 está planejada para 28 de agosto.

"A oposição já não tem nada a perder. Ela já não pode vencer e por isso tenta, por quaisquer meios, obrigar o Ocidente a intervir convencendo-o que o regime é "sanguinário e cruel", diz o perito do Instituto de Estudos Estratégicos e Análise Serguei Demidenko. Ele recordou igualmente que as informações sobre "ataques químicos" são sempre veiculadas por televisões financiadas pelos patrocinadores dos combatentes da oposição com origem nos países do Golfo Pérsico:

"Tudo isto já tinha acontecido antes. Basta os Estados Unidos dizerem que vão intervir, que na Síria irão encontrar armas químicas, tal como a televisão Al Jazeera, do Qatar, já anunciou. Bastou ao grupo de peritos da ONU entrar na Síria para verificar as informações sobre as armas químicas que o canal televisivo do Dubai Al Arabiya relatou o seu uso pelas tropas governamentais. É um trabalho realmente muito grosseiro."

O Conselho de Segurança da ONU reuniu de emergência no dia 21 de agosto e apelou à realização de uma investigação exaustiva às informações acerca da tragédia dos arredores de Damasco. A Rússia também considera que uma investigação exaustiva é necessária. Para isso bastam os peritos da ONU que já se encontram na Síria.

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