quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ártico – um território de descobertas


Dez viajantes russos partiram para uma única viagem marítima pela Rota Marítima do Norte. No âmbito do projeto "Ártico – um território de descobertas", eles irão partir em barcos de madeira do porto de Tiksi, na Yacútia, para Anadyr, na península de Chukotka, repetindo o lendário caminho percorrido pelo navegador russo Semion Dejniov. Em 1648, durante a sua viagem, Dejniov descobriu o estreito de Bering que separa a Ásia da América.

Nas várias semanas da viagem, os navegadores terão de percorrer quatro mil quilômetros pelos severos, mesmo no verão, mares do Ártico. Eles irão atravessar o mar de Laptev, os mares da Sibéria Oriental e de Chukotka, irão dobrar o cabo Dejniov e atravessar todo o estreito de Bering até Anadyr. A originalidade desta travessia está em que, desde Semion Dejniov, mais ninguém viajou por este percurso em barcos de madeira.

Para esta expedição foram construídos de propósito, pelos planos antigos, dois navios: o Svyatitel Nikolai (São Nicolau) e o Apostol Andrei (Apóstolo André). Se trata de cópias de cogs dos mares do norte que eram navios de madeira à vela. Nesse tipo de navios, os exploradores russos realizavam seus descobrimentos marítimos dos séculos XVI-XVII, alargando as fronteiras da Rússia.

As cópias modernas estão equipadas com motores e sistemas de navegação. No entanto, não se pode considerar uma travessia pelo Oceano Glacial Ártico em pequenos navios de madeira, mesmo com os equipamentos mais modernos, como um passeio tranquilo. Devido ao vento forte, a uma tempestade e aos gelos flutuantes, o início da expedição teve de ser adiado por vários dias devido a condições meteorológicas adversas, explicou à Voz da Rússia Alexei Volovoi, piloto do Svyatitel Nikolai:

"Neste momento, nós encontramo-nos perto da costa leste do golfo de Buor-Khai. É muito perto de Tiksi. Infelizmente, a situação difícil dos gelos flutuantes não nos deixa passar o golfo Yansky, precisamente neste momento estamos a tentar atravessar mais um campo de gelos. Ainda temos muito caminho pela frente até ao cabo Dejniov e depois até Anadyr. Por enquanto o problema mais complexo são os gelos flutuantes, há muito gelo compacto. Contudo, temos um vento favorável e até agora não tivemos ondulação forte".

A travessia de Tiksi para a Chukotka é a etapa final, e a mais difícil, da expedição "Ártico – um território de descobertas". Este é um projeto conjunto do governo da Tchukotka e da Sociedade Russa de Geografia. Ele teve início em março de 2011, em Petrozavodsk, onde foram construídos os cogs. Os viajantes já percorreram cerca de sete mil quilômetros pelo lago de Onega, canal Volga-Báltico, rio Duína do Norte, mar Branco e rio Lena.

Este ano se comemoram os 365 anos desde que Semion Dejniov atingiu o estreito de Bering entre a Chukotka e o Alasca. "Nós decidimos recordar esse acontecimento a todo o mundo", diz a chefe do Comitê do Esporte e Turismo do Distrito Autônomo da Tchukotka e inspiradora deste projeto, Irina Ryabukhina:

"Este foi um acontecimento marcante para a Rússia e para todo o mundo. Mas nós pensamos que o nome desse homem e de seus companheiros foi algo esquecido. Nós pretendemos dar a essa descoberta um novo impulso e atrair algum interesse. Nomes como Dejniov, Khabarov, Popov foram esquecidos por muitos. Gostaríamos de realizar um projeto que pudesse abalar a nossa comunidade turística e então decidimos repetir essa expedição".

A chegada da expedição está planejada para setembro deste ano. Nessa altura, em Anadyr, irão ter lugar cerimônias comemorativas dedicadas a Semion Dejniov e a sua grande descoberta geográfica.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/

Sem comentários:

Enviar um comentário

Qualquer mensagem inapropriada não será considerada.