A hipercolesterolemia é o tema de saúde do século XXI. É de fato uma doença inventada, um "problema" que emergiu quando os profissionais de saúde aprenderam a medir os níveis de colesterol no sangue.
O colesterol elevado não exibe nenhum sintoma mais óbvio - outras condições distintas de alterações no sangue, como a diabetes ou a anemia, são doenças que se manifestam por sinais que podem denunciar algum problema, como sede ou fraqueza – a hipercolesterolemia exige os serviços de um médico para descobrir sua presença. Muitas pessoas que se sentem perfeitamente saudáveis "sofrem" de colesterol elevado - na realidade, sentir-se bem é de fato um sintoma de altas taxas de colesterol!
Os médicos que tratam dessa nova doença têm que convencer os seus pacientes, primeiro que eles estão doentes, e posteriormente que eles precisam tomar um ou mais medicamentos, de custo elevado, para o resto de suas vidas, drogas que requerem check-ups regulares e exames de sangue. Mas tais médicos não trabalham sozinhos - os seus esforços em converter pessoas saudáveis em pacientes são sustentados por imensos esforços do governo dos EUA, pela mídia, pelo consenso médico, e por agências que trabalharam em sintonia para disseminar o dogma de colesterol e convencer a população que o colesterol elevado é o precursor de doença cardíaca e possivelmente de outras doenças.
Quem sofre de hipercolesterolemia? Examine a literatura médica dos últimos 25 ou 30 anos e você obterá a seguinte resposta: qualquer homem de meia-idade cujo colesterol seja maior do que 240, associado a outros fatores de risco, como fumar ou obesidade.
Depois da Conferência de Consenso do Colesterol em 1984, os parâmetros se modificaram; qualquer um (homem ou mulher) com colesterol maior do que 200 mg/dl poderia receber esse temido diagnóstico e uma prescrição para uso de pílulas. Recentemente esse valor foi reduzido para 180. Se você teve um ataque do coração, você será orientado a usar medicamentos que reduzem o colesterol, mesmo se seu colesterol já for muito baixo - afinal de contas, você cometeu o pecado de ter um ataque do coração assim seu colesterol só pode ser alto demais. A penitência será o uso por toda a vida desse tipo de medicamentos associado com uma enfadonha dieta com baixo teor de gordura. Mas por que esperar até que você tenha um ataque de coração? Considerando que todos nós trabalhamos sob o estigma de pecado original, nós todos somos candidatos ao tratamento. As novas leis estipulam a medição do colesterol e seu tratamento para adultos jovens e até mesmo para as crianças.
As drogas que os médicos utilizam para tratar essa nova doença são chamadas de “estatinas” – e são vendidas sob uma variedade de nomes que incluem, entre outros:
- Lipitor® (atorvastatina) - Zocor® (sinvastatina)
- Mevacor® (lovastatina) - Pravacol® (pravastatina).
Como as estatinas funcionam?
O processo começa com a acetil-CoA, uma molécula com dois carbonos, às vezes chamada de “formadora dos tijolos da vida” (building block of life). Três moléculas de acetil-CoA se combinam para formar uma molécula de seis carbonos, a HMG (ácido hidroximetil glutárico). O passo de HMG para o mevalonato requer uma enzima, a HMG-CoA redutase. As drogas estatinas funcionam ao inibir essa enzima - conseqüentemente tem o nome formal de inibidores da HMG-CoA redutase. Nisso jaz o potencial para numerosos efeitos colaterais, uma vez que tais drogas não inibem apenas a produção de colesterol, mas uma família inteira de substâncias intermediárias, muitas, se não todas, com funções bioquímicas importantes em si mesmas.
Considere os resultados de pediatras da Universidade da Califórnia, em San Diego, que publicaram a descrição de uma criança com um defeito hereditário da mevalonato-quinase, a enzima que catalisa o próximo passo após a HMG-CoA redutase.1 A criança era mentalmente retardada, microcefálica (cabeça muito pequena), pequena para a idade, profundamente anêmico, acidótico e febril. Ela também teve catarata. De maneira previsível, o colesterol dele era constantemente baixo - 70-79 mg/dl. Ele morreu com idade de 24 meses. A criança representa um exemplo extremo de inibição do colesterol, mas o caso dele ilumina as possíveis conseqüências de utilizar estatina em doses elevadas ou para num período prolongado de tempo:
- depressão da acuidade mental,
- anemia,
- acidose,
- febres freqüentes,
- catarata.
O colesterol é um entre os três produtos do final da cadeia de transformação do mevalonato. Os dois outros são ubiquinona e o dilocol. Ubiquinona ou Co-enzima Q10 é um nutriente celular crítico biosintetizado na mitocondria. Desempenha um papel na produção de ATP nas células e funciona como um carregador de elétrons para a citocroma oxidase, nossa principal enzima respiratória. O coração requer níveis altos de Co-Q10. Uma forma de Co-Q10 (ubiquinona) é encontrada em todas as membranas celulares onde tem o papel de manter a integridade da membrana, aspecto crítico para a condução nervosa e a integridade muscular. A Co-Q10 também é vital para a formação de elastina e colágeno. Os efeitos colaterais da deficiência de Co-Q10 inclui debilidade muscular que pode levar a fraqueza e severa dor nas costas, parada cardíaca (o coração é um músculo!), neuropatia e inflamação dos tendões e ligamentos, que podem freqüentemente romper.
O dolicol também desempenha um papel de imensa importância. Nas células ele orienta a fabricação de várias proteínas em resposta a diretivas do DNA frente a diversos propósitos, assegurando que as células respondam corretamente às instruções geneticamente programadas. Assim drogas estatina podem conduzir a um caos imprevisível a nível celular, semelhante à ação de um vírus de computador quando ele apaga certos caminhos ou arquivos do disco rígido.
O esqualeno, o precursor imediato para colesterol, tem efeitos anticâncer, de acordo com pesquisas.
O fato de que alguns estudos mostrarem que as estatinas podem prevenir doença de coração, pelo menos em um curto prazo, não é explicado pela inibição de produção do colesterol, mas, provavelmente, porque elas bloqueiam a criação do mevolanato. A redução do mevolanato parece fazer as células de músculo liso menos ativas e deixam as plaquetas menos capazes de produzir tromboxane. A aterosclerose começa com o crescimento de células de músculo lisas dentro das paredes das artérias e o tromboxane é necessário para o sangue se coagular.
Colesterol
É evidente que as estatinas inibem a produção do colesterol – e elas fazem isso muito bem. Nada demonstra de forma tão óbvia o tamanho das falhas do nosso sistema médico como a aceitação incondicional da assertiva de que a redução do colesterol é um modo de prevenir doenças – “terão todos esses médicos esquecido o que eles aprenderam em bioquímica I, a respeito dos muitos papéis que o colesterol tem na bioquímica humana?”
Toda membrana de cada célula de nosso corpo contém colesterol porque o colesterol é o que faz nossas células serem impermeáveis - sem o colesterol nós não podemos manter protegida a bioquímica do lado de dentro da célula em relação ao líquido extracelular. Quando os níveis de colesterol não são adequados, a membrana celular fica com inadequada vedação (porosa), uma situação que o corpo interpreta como uma emergência, o que estimula a liberação de hormônios corticóides que buscam o “seqüestro” do colesterol de outra parte do corpo, transportando-o para áreas onde está faltando. O colesterol é a substância de reparo do corpo: o tecido de uma cicatriz contém níveis altos de colesterol, inclusive o tecido das cicatrizes nas artérias.
O colesterol é o precursor da vitamina D, necessário para numerosos processos bioquímicos inclusive o metabolismo mineral. Os sais de bílis, exigido para a digestão de gordura, são feitos de colesterol. As pessoas que sofrem de baixo colesterol freqüentemente têm dificuldade de digerir gorduras. O colesterol também funciona como um poderoso antioxidante, nos protegendo assim contra o câncer e contra o envelhecimento.
O colesterol é vital para a própria função neurológica. Tem um papel fundamental na formação de memória e na captação de hormônios no cérebro, inclusive da serotonina, a substância química que oferece a sensação de bem estar ao corpo. Quando os níveis de colesterol estão demasiadamente baixos, os receptores de serotonina não conseguem funcionar. O colesterol é a principal molécula orgânica no cérebro, consistindo de mais da metade do peso seco do córtex cerebral.
Finalmente, colesterol é o precursor de todos os hormônios produzidos no córtex supra-renal inclusive os glico-corticóides, que regulam os níveis de açúcar no sangue e os mineralocorticóides que regulam o equilíbrio mineral. Os corticóides são os hormônios supra-renais derivados do colesterol que o corpo utiliza em reação a vários tipos de “stress”; isso promove saúde e equilibra a tendência para inflamações. O córtex supra-renal também produz os hormônios sexuais, inclusive a testosterona, os estrógenos e a progesterona, a partir do colesterol. Assim, frente a redução do colesterol - seja devido a um erro inato de metabolismo ou induzido por dieta e drogas que o reduzem – é possível esperar que ocorra uma disfunção na produção dos hormônios supra-renais o que pode conduzir a:
A) Problemas na glicose do sangue;
B) Edema;
C) Deficiências minerais;
D) Inflamação crônica,
E) Dificuldade nos processos de cura,
F) Alergias, asma,
G) Libido reduzida,
H) Infertilidade e outros problemas do aparelho reprodutor.
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